Recordações
de minha infância escolar
Duplo Céu. Foi neste pequeno vilarejo
que descobri um mundo fascinante. A escola, com suas portas encantadas, me
levou a lindas terras onde habitavam fadas e anões. Era um universo mágico, tão
diferente da dura realidade que vivíamos lá na fazenda.
Acordávamos ainda de madrugada e,
acompanhada por meu irmão mais novo, enfrentávamos a escuridão. O ônibus
escolar derrapava ora na areia, ora no lamaçal e naquela dança incessante, às
vezes, adormecíamos. Os primeiros raios solares nos despertava e um novo
universo nos aguardava. Como era
gostoso encontrar a criançada em algazarra. No recreio, nos descontraíamos
brincando de bola queimada, salto à distância, bita, amarelinha. Ah! Que
saudades... Mas na sala de aula, com a chegada da tia Emengarda todos se
aquietavam e com muita paciência, ela nos ensinava as primeiras letras.
Recordo-me da dificuldade que tinha em traçar a letra C e da insistência
da professora enquanto cantarolava a canção: “Cachorrinho está latindo lá no
fundo do quintal! Tralá lá lá... tralá lá lá lá lá!... Passa cachorrinho que eu
quero estudar!”
Foi difícil, mas com persistência venci
e como prêmio, recebi no final do ano, uma linda boneca. Foi a primeira e a
mais significativa de toda a minha vida e com ela aprendi que quando temos um
sonho, basta pensarmos positivo e persistir que o alcançaremos. À minha
primeira professora devo parte de mim, pois foi ela quem me fez conhecer um
novo universo e com ele, o segredo das palavras.
Sem dúvida, existiram em minha
trajetória escolar uma infinidade de pessoas maravilhosas que muito me
ensinaram, às quais recordo-me com saudades!
Hoje, apesar dos problemas que
enfrentamos, acho que a escola não perdeu a sua magia. Acredito que os
estudantes ainda recordam, com saudades, de tudo aquilo que aprendeu no passado
e que guardam boas lembranças de professores e colegas de seu tempo de criança.
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